quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

017 - Não necessitamos de gênios, necessitamos de dirigentes honrados...

Tenho recebido alguns questionamentos sobre a minha posição em relação a estar apoiando uma chapa ou outra.

Não apoio nem “A” e nem “B”, defendo pontos de vista em relação ao poder que são inerentes ao ser humano.

Reafirmo aqui meu propósito de ser imparcial quanto a pessoas, candidatos e chapas.

O que tenho tentado mostrar, sem ser contra ninguém, é que a permanência continuada de um grupo por um longo período de tempo à frente das coisas, no meu entender, é extremamente prejudicial. Não pelas pessoas que, alternadamente ou não, se perpetuam, mas pelos vínculos naturais que se formam entre os que detêm o poder e os que dele dependem. Pois todos os grupos sempre são em forma de pirâmide, existindo sempre os do topo, os do meio e os da base, e mesmo que um da base seja o escolhido sempre estará sujeito às posições e pontos de vista dos que estão no topo, pois esta é a visão e o sentido de grupo.

Também, no meu pensar, a longa permanência de alguém frente a um cargo de direção cria vínculos de dependência entre o dirigente e seu dirigido, pois no dia a dia todos os esforços, acima do normal, envidados pelo dirigido na busca de atingir os objetivos e metas fixadas pelo dirigente, criam naturalmente, no dirigente, um sentimento de gratidão. Passando o dirigente a partir daí, a ser menos efusivo nas cobranças em relação ao dirigido. A aceitar mais, pequenos erros, a relutar nas cobranças. É daí que surge o que antigamente costumava se chamar de “peixinho do chefe”. Também as simpatias e antipatias naturais, no meu entender, levam a isto e tendem a se acentuar ao longo do tempo.

De outro lado o mesmo começa a ocorrer em relação aos prestadores de serviço e ás empresas contratadas, pois por vezes um serviço exige mais do contratado do que se supunha quando da formulação do contrato, obrigando a esta empresa contratada a se esforçar além do previsto para que o serviço, objeto do contrato, seja levado a efeito. Naturalmente a partir deste evento o dirigente fica em débito com a empresa contratada. Também o trato mais freqüente entre o dirigente e o responsável pela empresa contratada aumenta a intimidade, cria vínculos, que são naturais entre seres humanos, e isto, começa a tornar mais difícil o dizer “não” ou mais fácil o dizer “sim”, de gerar uma cobrança mais efusiva, fica mais fácil aceitar coisas não muito convenientes, de passar a mão na cabeça, mais difícil de romper um contrato, de questionar custos. Pode se dizer que estas coisas levam a uma certa “cumplicidade”.


 E como me disse alguém outro dia, sem se referir especificamente a ninguém, mas simplesmente numa visão geral, panorâmica, abrangente em relação aos que irão dirigir a Fundação:

Não necessitamos de gênios, necessitamos de dirigentes honrados, que cumpram o que prometem, que saibam dar valor às suadas contribuições que todos nós fizemos mês a mês para a NOSSA FUNDAÇÃO na expectativa de não ficarmos na MISÉRIA na VELHICE”.  

Assim não me parece ser a mudança algo tão temível, pelo contrário, mudar é arejar, renovar, iluminar com novas idéias, rearranjar, refazer vínculos. Não pode, portanto representar nenhum desastre, ruína ou perdição. É simplesmente mudança da forma de olhar o velho, de cortar vícios, vínculos, compromissos, de acabar com dívidas de gratidão. Enfim é renovar. 

Na condução de qualquer negócio o mais importante é a seriedade, a honestidade, a vontade de acertar, e isto, me parece, todos os “players” que ai estão tem.

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