domingo, 12 de dezembro de 2010

016 - Manter ou Mudar?

"Como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar”.
Maquiavel, O Príncipe.

Você já leu algo sobre a TEORIA DAS ELITES? Se já leu, deveria reler, se não, deveria buscar conhecer um pouco esta teoria que desnuda as relações entre representantes e representados. Nos mostra o porque da luta pelo poder.

Resumindo o resumo, poderíamos sintetizar este estudo que passa por tantos pensadores importantes como Nicolau Maquiavel - 1469-1527, Vilfredo Pareto (1848-1923), Gaetano Mosca (1858-1941), Robert Michels (1876-1936) só para citar alguns. Mas afinal o que diz esta TEORIA?


“ A tendência natural ou a inércia de todo grupo político ou partido que está no poder é nele perpetuar-se. Aliás, Maquiavel já percebera que esse era um dos objetivos do político: permanecer no poder, além de conquistá-lo e de governar.”
 Selvino Antonio Malfatti ( Doutor em Filosofia e Professor do Centro Universitário Franciscano. Santa Maria, RS.)

Então, trazendo esta Teoria para a nossa realidade podemos dizer:

 1. Em todas as organizações, as relações entre os seus participantes (nós FUSESQUIANOS)  e grupos que existem nestas organizações, são de desigualdades;

 2. O principal motivo desta desigualdade esta na distribuição do poder – pois o poder sempre esta nas mãos de um pequeno grupo;

 3. O poder que se sobressai sobre todos é o poder político;

4. Que este poder sempre esta nas mãos de poucos; (veja bem, mesmo dentro do grupo que detém o poder existe uma outra ELITE que domina este grupo).

5. Os componentes deste grupo ou minoria (os dirigentes de qualquer organização) que domina a maioria (todos os participantes desta organização) tem interesses comuns, tem elos entre si, são solidários na manutenção ou mudança das regras do jogo, permitindo a alternância do poder entre si.

7. O elemento oposto à elite é a massa (somos nós), composta por simples mortais que não detém nenhum tipo de poder, são meros assistentes ou ouvintes, é a maioria, mas não são organizados ou se são estão organizados segundo os interesses das elites.

Esta é uma constatação que atravessou séculos, que norteia as relações entre eleitos e eleitores desde que o homem começou a imaginar que é ele que escolhe os que lhes irão conduzir os destinos. Mas esquecem, ou não sabem que :

O “representante”, em vez de servidor, transfigura-se em patrão do povo. Assim, os chefes que começaram como subordinados, paulatinamente, acabam senhores. Dessa forma, cumpre-se o provérbio de Mephistópheles: na espécie humana o criador se deixa dominar pela sua criatura.  ( criador são os que votam, criatura os votados).

Sabe porque isto acontece? Por o homem, como conceitua a antropologia filosófica ser umser que esquece".

Esquece em quem votou.
Esquece das promessas e compromissos dos eleitos.
Esquece de quem ocupou que cargo em uma determinada gestão.
Esquece de como as coisas eram antes.
Esquece do que mudou.
Esquece dos problemas que existiram.

Em fim acham que a melhor forma de tocar as coisas é na base do “Laissez-faire”, deixa fazer, deixa estar para ver como é que fica. Os outros estão olhando. O que dizem é por mero interesse.

E, quando acorda, as coisas aconteceram à sua revelia. Pode até dar sorte, se elas saírem bem. Mas geralmente quando acorda já é tarde.



“Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos”.

“Vale mais fazer e arrepender-se, 
que não fazer e arrepender-se”.
Nicolau Maquiavel.


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