quarta-feira, 17 de agosto de 2011

071 - Homo homini lupus

Plauto, Titus Maccius Plautus dramaturgo Romano que viveu de 230 a.C.  a 180 a.C. cunhou esta frase popularizada séculos depois (século XV) por Thomas Hobbes, filósofo Inglês.

O homem é o lobo do homem.

Ela sintetiza, no meu entender, a natureza humana, seu instinto predador e mostra que o homem soube usar sua inteligência buscando na união, na busca conjunta de objetivos sua sobrevivência. Isoladamente ninguém sobrevive.

No fundo esta frase quer nos dizer que somos predadores uns dos outros ou no popular “farinha pouca meu pirão primeiro”, sempre que agimos isoladamente, por instinto, buscamos primeiro o favorecimento próprio, do nosso grupo e depois vem o dos outros.

A história nos mostra, desde os primórdios de seus registros, que sempre foi a união de interesses que levou a se alcançar os objetivos, a preservar as conquistas a manter o “status quo”. Sempre que o individualismo imperou, grupos impuseram suas vontades sobre a vontade da maioria.

Sempre que o individualismo levou o homem a buscar no isolamento sua zona de conforto, deixando de se preocupar com o todo, com a sociedade onde estava inserido, com o grupo ao qual pertencia, um ”lobo” vinha e tomava conta do pedaço. É o clássico conflito do homem entre o predador e o solidário.

Como diz Mauro Santayna :  “A inteligência conduziu o homem a se ver como ser frágil e precário que só poderia sobreviver em comunhão com os outros, multiplicando a força individual, certo de que sua proteção dependia da vida do companheiro.”. Ao que eu acrescento, “se um não vai bem o todo não esta bem”.

Não concordo com a idéia de Thomas Hobbes que diz que os homens só podem viver em paz se concordarem em submeterem-se a um poder absoluto e centralizado que tudo decide por eles.

Não!

Acredito em participação, em decisões tomadas em comum acordo. Não acredito que grupos possam ficar eternamente no poder sem comprometer o todo ou se desviar dos seus rumos, mesmo que inconscientemente, durante a longa permanência à frente de qualquer coisa que seja. Creio ser a alternância a melhor forma de gerir as coisas, pois havendo alternância as coisas tendem a não ficar em acomodação.

É assim que o homem sobrevive, em grupo, com ações organizadas visando o interesse comum. Ou isto ou os grupos organizados tomam conta do espaço e impõem sua vontade sobre a massa, individualista e isolada que imagina que ficando na sua zona de conforto fará com que o “O ACASO” o proteja de tudo e de todos.

          Alice: Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
          Gato: Isso depende muito de para onde queres ir.
          Alice: Preocupa-me pouco aonde ir.
          Gato: Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas.
                                                                                                                   Lewis Carroll
Para quem não sabe onde quer ir,
                     qualquer caminho serve,
                               mesmo que lhe conduza
                                                         para o abismo.

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