segunda-feira, 18 de julho de 2011

068 - Época de ... "colocar as barbas de molho ".

Consolidou-se a venda do Edifício Riviera, no centro de Florianópolis. O patrimônio foi vendido pelo valor de R$ 4.400.00,00 (quatro milhões e quatro centros mil reais) e a atual direção da fundação afirma que: “... O montante obtido com a venda do imóvel será redirecionado para ativos que apresentem melhor retorno financeiro...”.

Qual foi o custo de sua aquisição?
Quanto rendeu?
Qual proporção do risco entre ter o imóvel e ter simplesmente o dinheiro aplicado?

Ao abandonar a solidez de aplicações em imóveis para torná-las simplesmente aplicações financeiras nos tornando simplesmente “rentistas”, simples investidores sem função, estamos colocando cada vez mais os nossos “ovos” em uma única cesta que com o passar do tempo se mostra frágil e dá sinais de que pode se  quebrar.

Estamos saindo das aplicações reais, patrimônio concreto, de longo prazo, para aplicações fictícias, teóricas, pois juros só existem no papel.

Desfazer-se de imóvel, em localização privilegiada, só se justifica, na minha limitada visão, se houver necessidade imediata de dinheiro em caixa. Como aplicação, ninguém, com os argumentos que tiver, me convencerá que vender imóvel e aplicar o dinheiro onde quer que seja, será mais seguro. Pode até ser mais rentável instantaneamente. Mas no longo prazo...

O que acontecerá com todos os nossos “ovos” se esta cesta cair ou não suportar o peso?

A economia mundial, capitalista, dá sinais de estar em grave crise e de caminhar para um beco sem saída, onde invariavelmente terá que ocorrer uma “eutanásia dos rentistas”  como foi apregoado por Keynes em sua   “Teoria Geral do Emprego, Juros e o Dinheiro (1936)" ou, um puro e simples calote como fez a Argentina em 2005.

As grandes economias mundiais estão chegando ao seu limite de expansão, pois os países devem mais do que produzem em um ano de trabalho e operam em seu limite de atendimento às necessidades básicas de seus cidadãos. Cada vez mais velhos e dependentes de um sistema que é limitado em sua capacidade de atender e suportar a todos.

Suas reservas naturais sobejamente exploradas, suas fontes de energia em cheque quer em relação ao custo ou a forma de geração (vide a usina de Fukushima no Japão).

Basta dar uma espiada nas dívidas públicas, em 2010, dos ditos “DESENVOLVIDOS”:

Japão – 225,8% do PIB;
Grécia – 130,2% do PIB;
Bélgica – 100% do PIB;
Irlanda – 93,6% do PIB;
França – 84,2 % do PIB;
Alemanha – 74,8% do PIB;
Inglaterra – 76,7 do PIB;
EUA – 92,7  do PIB.

Especula-se, à falta de estatísticas oficiais atualizadas, que a atual divida pública da Alemanha saltou para 143% do PIB, da França para 188% do PIB, da Grã Bretanha para incríveis 398% do PIB, que a média das dívidas públicas dos países do EURO esta ao redor dos 120%. Todos estão acompanhando a dos EUA que atingiu o teto de 100% do PIB.

Mas o que tudo isto significa? Ao meu ver, significa que num futuro não muito distante, todo dinheiro “RENTISTA”, ou pelo menos boa parte dele,  pode, de uma hora para outra, virar pó.

Todos devem lembrar o que aconteceu com as aplicações feitas pela nossa Fundação no Banco Santos. Quando o Banco enfrentou dificuldades as aplicações se foram. Podem até retornar, mas não com o rendimento que teriam tido se não tivesse havido este percalço.

Todos devem lembrar o que aconteceu com as aplicações de aposentados italianos, suissos, alemães e americanos, quando em 2005 a Argentina deu o calote nos seus credores. Na sua imensa maioria, as aplicações foram repactuadas com 70% de deságio. Mas lá a crise era LOCALIZADA. 

Nosso horizonte hoje nos sugere que poderemos enfrentar em breve uma crise globalizada e de inimagináveis proporções.

Diante deste quadro, sinto falta de informações sobre a política de aplicações que esta sendo levada a efeito na nossa Fundação. Que mecanismos de segurança estão sendo adotados. A que riscos estamos expostos no curto, no médio e no longo prazo.

Não prego aqui que as coisas estejam erradas, mas sim que estamos em época de mais transparência, mais participação, de buscar mais segurança, de ...
         
colocar as barbas de molho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os donos da Fusesc fazem e desfazem porque nosso estatuto é ultrapassado feito por essa Diretoria que está mamando nessa têta a mais de quinze anos, sem alternância de poder ficamos igual a Cuba de Fidel, velha e ultrapassada acho que perderam o momento de efetuar as mudanças, agora só na próxima... chorar é só na cama que é lugar quente.

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